AM - Campo de Sonhos – Uma história mal contada
Começa a ser possível descortinar a possibilidade de um final feliz para o Ermesinde Sport Clube 1936, mas não só.
Ao longo de vários anos fomos assistindo a um desenrolar de esquemas estranhos para a solução do problema. A partir de certa altura percebeu-se que, interesses complexos estariam por detrás de um negócio, que à escala da Freguesia de Ermesinde e do Concelho de Valongo, significaria um razoável rombo para as finanças municipais.
E não era só os valores em euros que estariam em causa. A determinada altura, o anterior poder na Câmara Municipal, aceitava como normal e natural a eliminação do espaço desportivo nos Montes da Costa, como forma de pagamento, permitindo construção para esse local, em troca de um muito bem pago valor de indeminização para os donos do espaço, no atual Campo de Sonhos. Que eram exatamente os mesmos.
Por isso, dizemos acima, ”um final feliz para o ESC1936, mas não só”. Significa que, para além da significativa diminuição dos valores que iriam ser utilizados pela autarquia, quando pensou na expropriação do Campo de Sonhos, evidencia que se irá manter, também, o espaço dos Montes da Costa e toda a zona envolvente, área essa, alvo de uns certos interesses construtivos.
De uma penada, como defendíamos, beneficiará o ESC1936 e a população de Ermesinde que continuará a contar com aquele espaço para a prática desportiva.
Daí, ficará para história que começa a desenhar-se o seu trajeto final:
Na 1ª proposta da Câmara Municipal, aprovada por PSD, PS e Coragem de Mudar), pretendia-se avançar para uma negociação através da avaliação do terreno em 1 milhão e 200 mil euros, correspondendo ao valor do terreno do campo nos Montes da Costa mais 300 mil euros em dinheiro.
Neste atual mandato de presidência PS, foram mantidos como proposta ao proprietário do campo de Sonhos, os mesmos valores: 300 mil euros em dinheiro, mais dois talhões avaliados no mesmo valor do campo dos Montes da Costa, o que perfazia o mesmo valor de 1 milhão e 200 mil euros.
Na 2ª proposta deste mandato, e já numa perspetiva de expropriação do terreno do Campo dos Sonhos, na consideração de estatuto de interesse público pelo atual Executivo, a avaliação apresentada, eleva-se a um valor de 350 mil euros. Registe-se que já é sem o terreno de jogos dos Montes da Costa.
Mas entretanto, surge uma 3ª avaliação, desta feita por indicação do DGAL (Direção Geral das Autarquias Locais), que informa a Câmara Municipal que o terreno de capacidade construtiva e para os fins que se propunha, utilidade pública, estava demasiado empolado e indica um valor de 154 mil euros.
É espantoso!Ter-se perdido tempo na solução definitiva do problema que tem constituído para o ESC1936, com todos os efeitos negativos para a sua competitividade, mas também na formação das camadas dos nossos jovens.
Mas, após a solução encontrada, poderemos dizer, porque sempre o defendemos correndo riscos de caminhar contra certos populismos futeboleiros, de que ficará a ganhar a Freguesia, que manterá 2 espaços para a prática desportiva e o Município que ainda verá sobrar uns bons milhares de euros para investimentos futuros num espaço muito mais digno para a prática desportiva.
Valongo, 27 de abril de 2016
A CDU – Coligação Democrática Unitária / Valongo