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CDU Valongo

Página informativa sobre a atividade da CDU no concelho de Valongo.

Câmara de Valongo aumenta rendas dos bairros em tempo de dificuldades

26.02.09

Numa altura em que se agravam as dificuldades e a crise económica e social está para durar, a Câmara de Valongo, através da Valis Habita - empresa municipal que criou para gerir os bairros sociais - aumenta as rendas dos bairros do concelho.

 
Famílias com membros no desemprego ou a receber pensões e reformas baixas estão neste momento confrontadas com grandes aumentos de rendas, que, em muitos casos, não têm em conta a realidade de cada agregado familiar.
 
Para muitas famílias, trata-se de aumentos incomportáveis, num contexto de aumento do custo de vida, em resultado das políticas erradas do Governo do PS e da ausência de intervenção da Câmara PSD.
 
Aos aumentos constantes da alimentação, dos medicamentos, da água, da electricidade e de outros bens de primeira necessidade, juntam-se os aumentos das rendas. Sabemos que as rendas dos bairros camarários têm de ser actualizadas periodicamente, mas a Câmara tem de ter em conta que não é um senhorio como outro qualquer, mas que é senhorio de habitação com fins sociais. Na actualização das rendas dos bairros, há que ter em conta a situação de cada família e não decretar aumentos às cegas e indiscriminados. Tem igualmente de haver justificação para esses aumentos: num bairro que não foi alvo de requalificação ou onde faltam equipamentos e condições, não se justificam aumentos de renda.
 
A Câmara e a sua empresa, a Valis Habita, não promovem a reabilitação dos bairros, deixando avançar o seu estado de degradação. Também não têm qualquer projecto de promoção social destes espaços. E, no entanto, as rendas sobem.
 
A par de uma actualização de rendas aceitável, gostaríamos de ver a aplicação das rendas cobradas na recuperação de habitações degradadas nos respectivos Bairros, na construção de equipamentos, no apoio a projectos locais, de forma a justificar os fins para os quais a Câmara procura justificar estes aumentos. E não como mera angariação de verbas para atender às Campanhas Eleitorais que se aproximam...
 
Tal não se verificando, é justo o descontentamento dos moradores.
 
Nos tempos que correm, deveria haver da parte do Executivo Camarário maior atenção para a situação das famílias, já que os aumentos, por vezes considerados pequenos, causam grandes dificuldades a quem pouco tem.
 
Exija justiça e não deixe de participar na vida do seu bairro e na luta por uma mudança política. Não deixe que eles façam o que querem!

 

 

CDU

A verdadeira alternativa em Valongo!

Um verdadeiro escândalo: Parquímetros no concelho de Valongo são subsídio da Câmara a empresa privada

17.02.09

Por iniciativa da CDU, veio a público na última Assembleia Municipal de Valongo uma situação que configura uma verdadeira injustiça e um sério prejuízo para o concelho. Divulgamos abaixo o comunicado da CDU enviado hoje à comunicação social, a partir da intervenção do nosso eleito, José Deolindo Caetano, na sessão da Assembleia Municipal de Valongo realizada ontem.

 

 

Parquímetros no concelho de Valongo são subsídio da Câmara a empresa privada

Aquando da decisão de instalação de parquímetros no concelho de Valongo, concretamente
nas áreas centrais das cidades de Ermesinde e Valongo, a CDU manifestou-se contra e
apoiou as movimentações populares então ocorridas por causa na sequência desta decisão da Câmara Municipal de Valongo. Continuamos a ser contra a instalação de parquímetros e, em devido tempo, manifestámo-nos contra a concessão da exploração dos mesmos a empresas privadas.

Em 2006, entretanto, a empresa que explora esta actividade no concelho aumentou
unilateralmente a taxa a pagar pelos munícipes. Este aumento não teve o acordo da CDU e,
tendo em conta as declarações então prestadas pelo Senhor Presidente da Câmara, parecia que este também não concordava. Na altura, a CDU considerou que existiam motivos para que a Câmara de Valongo retirasse a concessão a essa empresa, pois houve incumprimento grave da parte desta, ao aumentar unilateralmente as taxas.

Não o quis a maioria PSD e, durante longo tempo, passou no concelho de Valongo a imperar a lei da selva, pois alguns munícipes pagavam e outros arriscavam e não pagavam. Ora, perante esta situação, disponibilizou-se a CDU, com o objectivo de acabar com esta
anormalidade, a apresentar uma proposta para resolver o problema. Não contente com esta
proposta, a empresa que detém esta concessão avançou com a exigência de aumento do
período de concessão dos edifícios do Parque Urbano de Ermesinde por mais algumas dezenas de anos. Esta pretensão teve o acordo do executivo camarário e, contra a posição da CDU, a Assembleia deu também o seu aval, ainda que, para tal, tivesse que ser usado o voto de qualidade da Presidente da Mesa.

Ora, aqui chegados, e tendo em conta o plano administrativo, nada de anormal aconteceu:
foram respeitados pelos órgãos autárquicos todos os procedimentos. No entanto, o comportamento da empresa concessionária merece da parte da CDU reprovação e é claro que o executivo da Câmara de Valongo deveria ter sido mais rígido no cumprimento do contrato de concessão.

A Assembleia Municipal, o que fez, porém, foi contribuir para o chamado equilíbrio financeiro da empresa concessionária, esquecendo-se do equilíbrio financeiro da Câmara Municipal.

Então vejamos alguns dados e comprovemos o que acaba de ser afirmado.

Pediu a CDU algumas informações à Câmara Municipal de Valongo: por um lado, a receita
anual entregue pela concessionária à Câmara de Valongo nos termos do contrato da
concessão e, por outro lado, os meios disponibilizados pela Câmara para a fiscalização
dos parquímetros (leia-se: funcionários da Câmara com funções de fiscalização). Embora as informações prestadas pela Câmara relativamente aos meios para fiscalização não fossem totalmente esclarecedoras, concluiu-se que 8 funcionários estão destacados para este efeito.

Os resultados de algumas contas que a CDU efectuou foram os seguintes:

Receita anual entregue pela empressa concessionária dos parquímetros (inscrita no
orçamento e tendo como base o arrecadado em 2008): 12.470 euros.
Despesa anual por parte da Câmara para fiscalizar as zonas parqueadas: 76.510 euros.

Constata-se da leitura destes números que a Câmara tem um défice anual com esta concessão de 64.040 euros! Se multiplicarmos esta verba por 30 anos, o prejuízo será, a preços actuais, de 1.921.000 euros. E, se multiplicamos por 50 anos, teremos um défice para os cofres da Câmara de 3.202.000 euros (cerca de 640.400 contos). Mas o mais grave é quanto mais a Câmara de Valongo aumenta a fiscalização, mais aumenta o lucro da empresa concessionária. Ao mesmo tempo aumenta o prejuízo para a Câmara. O encaixe da empresa concessionária ao fim de 50 anos será, a preços actuais, de 10.712.850 euros (2.142.570 contos). A estes valores teriam que ser acrescidas a inflação anual e as mais-valias da exploração das superfícies do parque de estacionamento de Valongo e Ermesinde. São dinheiros que, a entrar nos cofres da autarquia, muitas carências resolveriam aos munícipes.


A CDU não pode – nem vai – calar-se perante este verdadeiro escândalo, um exemplo acabado do que tem significado a privatização de serviços: subsídios públicos para empresas privadas, que assim vêm os seus lucros exponencialmente ampliados. Não nos cansaremos de criticar esta política nefasta desta maioria PSD e esperamos que, da parte da Assembleia Municipal, haja um claro apoio à comissão criada para avaliar o impacto financeiro para a Câmara desta concessão e uma clara afirmação de repúdio perante a delapidação do erário público que esta situação representa.

Lamentamos também que esta Assembleia não tenha aprovado a constituição de uma comissão municipal para analisar a concessão do serviço de distribuição de água e outros serviços municipalizados. Talvez nesse caso tivéssemos mais algumas surpresas desagradáveis para os munícipes e para a saúde financeira da autarquia.

Porque os valonguenses precisam de conhecer estas situações, que poderiam ser quase consideradas imorais, se não fossem mais um exemplo do que todos sabemos que é a concessão de serviços e equipamentos públicos a empresas privadas, a CDU continuará a desenvolver a sua missão de denúncia daquilo que acha que são os atropelos â saúde financeira da autarquia e aos contribuintes e limitações às possibilidades de desenvolvimento do concelho.
 


Valongo, 16 de Fevereiro de 2009
A CDU Valongo
 

 

Assembleia Municipal de Valongo - Quadro de Pessoal da Câmara

17.02.09

Foi apresentada na última Assembleia Municipal uma nova proposta de Quadro Pessoal da Câmara de Valongo. Esta nova proposta foi aprovada com os votos do PSD, CDS e com o voto de qualidade da Presidente da Mesa da Assembleia Municipal. A CDU votou contra, justificando tal opção do seguinte modo:

 

Quadro de Pessoal da Câmara Municipal de Valongo - Declaração de voto

 

 

Ex.mos Senhores,


Depois da recusa por parte desta Assembleia em aceitar a primeira proposta de Mapa de Pessoal – e recorde-se que a estrutura deste documento sofreu críticas de todas as bancadas aqui representadas, incluindo da bancada do PSD –, esperava a CDU, e certamente as outras forças políticas também, uma reformulação considerável da proposta.

É bom informar esta Assembleia que, na reunião que a CDU teve com o Senhor Presidente da Câmara, este aceitou as críticas que fizemos e informou que estava disposto a alterar o documento.

Para nosso espanto, ou talvez não, o documento hoje apresentado em nada de substancial difere do proposto anteriormente.

Fica por esclarecer as razões do recuo do Dr. Fernando Melo relativamente às indicações que forneceu à CDU aquando da dita reunião

As autarquias devem criar emprego quando pretendem ampliar e/ou melhorar os seus serviços. Quando se pretende o alargamento das respectivas áreas de intervenção. Quando há projectos de desenvolvimento local que o justifiquem. E quando a criação de emprego se traduz objectivamente em ganhos de eficiência e na melhoria da actividade geral do órgão autárquico

Mais uma vez dizemos não a este documento, pois continuam por explicar algumas admissões para o quadro de pessoal propostas.

Continua por explicar a situação dos trabalhadores destacados para as Águas de Valongo.

Continua por explicar com que critérios, e porquê, entrega a Câmara, em ano de eleições, por decisão política da maioria PSD, serviços a empresas particulares, quando se prevê aumentar o Quadro de Pessoal.

Continua por explicar porque razões pretende este executivo, como se ouve, entregar a manutenção dos parques e jardins a uma empresa privada, quando tem trabalhadores no seu quadro para efectuar esta actividade.

Diga-nos, Senhor Presidente, o que vai acontecer aos cerca de 50 trabalhadores que a Câmara tem afectos a esta área?

Mais uma vez dizemos: à Câmara Municipal de Valongo não basta ser séria; é preciso também parecê-lo. E é, no mínimo, pouco prudente que, em ano de eleições, se proponha a inclusão nos quadros de pessoal da Câmara de um conjunto assinalável de colaboradores em áreas de assessoria e afins.

A CDU vota, portanto, contra esta proposta de mapa de pessoal, rejeitando que a reestruturação dos quadros de pessoal possa ser feita sem uma avaliação criteriosa, capaz de garantir que dessa reestruturação resultará um reforço efectivo da eficiência dos recursos humanos da Câmara e um aumento e melhoria dos serviços disponibilizados por esta à população.


Valongo, 16 de Fevereiro de 2009

A CDU

Assembleia Municipal de Valongo - Orçamento e GOP 2009

17.02.09

Na última Assembleia foram aprovados o Orçamento e Grandes Opções do Plano para 2009 da Câmara Municipal de Valongo. Os documentos foram aprovados com os votos do PSD, Presidentes de Junta PS (Campo e Valongo), CDS e Presidente da Mesa da Assembleia. A CDU votou contra, justificando do seguinte modo a sua posição:

 

Orçamento e GOP 2009 da CMV - Declaração de voto da CDU

 

Ex.mos Senhores,


 

Foi-nos hoje apresentada a segunda proposta de Orçamento e Grandes Opções do Plano da Câmara Municipal de Valongo para o ano de 2009.

Aquando da discussão da primeira versão, só a bancada do PSD esteve de acordo com a mesma, tendo as restantes bancadas, do CDS/PP ao BE, reprovado esse documento.

Passados que estão quase dois meses, pensava a CDU que seria tempo bastante para o PSD reflectir nas críticas então aqui apresentadas.

Também a crise económica e social que assola o país é hoje mais clara, exigindo com particular acuidade que todos os organismos do Estado, autarquias incluídas, desenvolvam e apliquem medidas para amenizar as consequências para as populações mais desprotegidas. Não quis ir por aí o Dr. Fernando Melo e o PSD, facto que lamentamos.

Quando estávamos à espera de medidas que resolvessem os reais problemas das populações, preocupou-se o Dr. Fernando Melo em criar um “sindicato de voto”, de forma a assegurar a aprovação deste Orçamento, com o intuito claro de poder, em ano de eleições, desenvolver algumas iniciativas de carácter sobretudo alegórico e com fins eleitoralistas.

Não se entende que, para atacar as dificuldades das populações, a única alteração desta proposta de Orçamento face à anterior seja uma verba irrisória para fornecimento de refeições a famílias carenciadas.

Mas, ao mesmo tempo, no capítulo de apoio às famílias a verba continua a ser a mesma.

O apoio às associações sem fins lucrativos também não tem o cabimento orçamental necessário. Sabemos que este ano estas associações vão ser mais solicitadas, no entanto a Câmara fecha os olhos a esta realidade: não compreendemos.

Quando as populações sofrem com o desemprego e com grandes dificuldades para pagar as suas despesas, a Câmara aumenta as rendas: não compreendemos.

Quando se prevê que a inflação para este ano possa ser inferior a 1%, a Câmara aumenta taxas, o preço da água e de outros serviços, em alguns casos acima dos 3%: não compreendemos.

Quando se constata que os bairros sociais continuam em degradação e a precisar de obras de requalificação, a Câmara nada faz a não ser onerar exponencialmente o arrendamento: não compreendemos.

Quando se verifica um número crescente de empresas do concelho a passar por dificuldades, não há neste documento uma única medida de apoio: não compreendemos.

Mesmo no sector escolar, em que a Câmara parece finalmente ter acordado – a tempo das eleições, como não podia deixar de ser –, vemos que as verbas inseridas são virtuais. Todos sabemos que, das candidaturas ao QREN anunciadas, algumas não estão aprovadas e outras não foram sequer apresentadas.

Em bom rigor, se estas verbas não forem garantidas e se a Câmara efectuar os concursos de concessão das obras, a edilidade ou terá de interromper os concursos, indemnizando as empresas a quem forem adjudicadas as obras, ou terá de avançar com elas, aumentando o endividamento e pondo em causa as finanças municipais.

Não, Dr. Fernando Melo, este não é um Orçamento que resolva ou sequer pretenda resolver as carências das populações.

Não, Dr. Fernando Melo, este não é um orçamento que forneça respostas em tempo de crise económica e social, às dificuldades reais das populações, dos trabalhadores e das empresas.

Porque somos responsáveis e lutamos e trabalhamos para o bem-estar das populações do Concelho, não podemos aprovar este documento, e por isso, votamos contra.


 

Valongo, 16 de Fevereiro de 2009

A CDU

Reunião da Assembleia de Freguesia de Ermesinde

16.02.09

Dia 20 de Fevereiro (sexta) pelas 21h30 na Sede da Junta da Freguesia de Ermesinde, com a seguinte ordem de trabalhos:

 

Discussão e Aprovação do Orçamento e Plano de Actividades.

Discussão e aprovação dos regulamentos para o anfiteatro da junta, conselho consultivo da cidade, atribuição de subsídios.

 

 

PARTICIPA!

Reunião da Assembleia Municipal

13.02.09

Dia 16/Fev (segunda-feira) pelas 20.30

 

Ordem de trabalhos:

 

  1. Intervenção do público
  2. Periodo antes da ordem do dia
  3. Orçamento e Grandes Opções do Plano para 2009
  4. Mapa de Pessoal para 2009
  5. Informação do Presidente da Câmara

PARTICIPA!

O Largo do Centenário, em Valongo, "está morto"

13.02.09

 

Incompatibilidade entre as actividades de Verão e a feira é a única justificação da CMV.

A solução dos comerciantes é... esperarem pelo Verão.

Entretanto fiquemos com o pagamento desta obra por mais umas dezenas de anos. Ninguém pode esquecer que a remodelação deste largo e a construção do parque subterrâneo entrou no negócio dos parquímetros.

Fica a questão no ar: afinal quem é que lucrou com este remodelação? A população em geral, os comerciantes ou apenas a empresa responsável pelos parquímetros no Concelho?

 

Notícia do JN

 

O Largo do Centenário, em Valongo, "está morto". É a convicção dos comerciantes da zona que, depois da remodelação da praça, em 2004, se queixam da falta de clientes. Câmara desvaloriza críticas e fala em "crise generalizada".

"Quando para aqui vim há seis anos, tinha a expectativa de o negócio correr muito bem. No entanto, saiu tudo ao contrário, contou, ao JN, João Pedro Melo, que está à frente do negócio de família no ramo da fotografia, e que procurou no Largo do Centenário "sair do marasmo a que estava remetida a loja, com mais de 40 anos, na Praça Machado dos Santos". "Este local deve ser o mais bonito de Valongo. E, no entanto, abandonado desta forma dá a impressão que é a aldeia mais próxima do Porto", acrescentou o jovem empresário.

Contactada a Câmara de Valongo, fonte da autarquia valorizou "a intervenção" no Largo do Centenário [onde foram gastos 2,5 milhões de euros, por via de um concurso de concessão a uma empresa privada] que transformou o local como um dos mais bonitos da cidade, dotando-o, para esse efeito, de infraestruturas. Nomeadamente de um parque de estacionamento subterrâneo, que permite que as pessoas possam comodamente deixar os carros enquanto vão às compras".

Mas, a opinião generalizada da população é de que a praça ficou "muito a perder com a saída da feira para debaixo do apeadeiro de Suzão", como confirmou o morador Manuel Padilha quando falou do actual "marasmo" em que se encontra o local, dando como exemplo o abandono "de um edifício emblemático da cidade, o antigo quartel dos bombeiros".

"É uma vergonha que a autarquia deixe que um edifício centenário chegue àquele estado de degradação, cheio de ratos, e com toxicodependentes", descreveu Manuel Padilha (ler texto ao lado).

Também José Gonçalves Pereira, comerciante no Largo, lastima as "condições miseráveis" a que chegou o espaço que também já foi um cine-teatro, recordando com "saudade" os tempos em que chegou a frequentá-lo.

"A renovação do Largo foi a morte do centro de Valongo", acrescentou o ourives, criticando o facto de a rua pedonal não facilitar as cargas e descargas dos comerciantes. "Em 2006, pedi um comando para ter acesso à zona pedonal e, assim, levar mercadoria para a loja. Até hoje, não tive resposta. A a minha casa é uma ourivesaria, porque se fosse uma residencial já tinha uma dúzia de comandos", desabafou José Gonçalves Pereira.

Já Licínio Marques, que viu o negócio dos pneus "perder clientela em cerca de 75%", recordou que "a feira trazia povo", enquanto que "agora ninguém vem aqui fazer compras".

No entanto, para a Autarquia "não fazia sentido" que a feira continuasse a ser feita no Largo, de uma forma "pouco digna", preferindo priveligiar a animação que a praça ganha durante o Verão com exemplos como "as marchas populares" ou o evento "Valongo a cantar".

Mesmo assim, o discurso de Manuel Padilha, morador em Valongo, é de desânimo: "No Largo há cafés que já tiveram de ser trespassados, porque ninguém vem passear para aqui. Nem os idosos que têm mais tempo vêm, porque os bancos não têm costas".

Intervenção de Miguel Tiago na AR - Privatização da água

09.02.09

A luta pela água pública, pela água como um direito, como um elemento essencial à vida, à saúde e a todos os sectores produtivos, tem assumido um papel determinante em todo o mundo, muitas vezes em ambiente de grandes convulsões após privatizações.

Para o governo português a produção energética, a distribuição e abastecimento de água e o saneamento de águas residuais, os próprios rios e praias, não são factores estruturais da economia, da soberania e dos direitos das populações - são "oportunidades de negócio", grandes mercados.

Para o Governo PS, bem-mandado pelos grupos económicos do sector, a água é apenas mais uma mercadoria a ser vendida e revendida a quem a puder pagar, gerando lucros assombrosos para os concessionários do negócio, à custa de todas as pessoas que dela não podem prescindir.

Com as Leis da Água e da Titularidade dos Recursos Hídricos que PS, PSD e CDS aprovaram nesta Assembleia em 2005, foi instituída a base legal para a privatização de toda a água do território nacional e o mercado da água da natureza, a completa mercantilização.

O projecto de Lei que o PCP contrapôs a esses baseia-se nos direitos de todas as pessoas à fruição dos benefícios da água, na responsabilização do Estado por garantir as funções sociais, ecológicas e económicas da água, no reforço do imprescindível papel das autarquias locais na administração da água e dos serviços de água às populações, na gestão democrática e participada dos recursos hídricos, na sua utilização, protecção e preservação rigorosa como recurso estratégico e como factor estruturante do ambiente e do território.

Denunciámos na altura os objectivos das Leis aprovadas nesta Assembleia e as consequências que teriam. O Governo negou veementemente, para depois fazer no concreto exactamente o que o PCP vinha denunciando.

O Governo do Partido Socialista começou por afirmar que "Não privatizaria uma gota de água", para alguns meses depois vir afinal anunciar "que a estratégia é de privatização de baixo para cima", assim denunciando claramente a orientação do seu Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais (PEAASAR II) quando estabelece como prioridade a privatização e empresarialização dos sistemas de abastecimento e a aglomeração dos sistemas de captação e distribuição sob a Águas de Portugal.

A Águas de Portugal é uma empresa de capitais públicos cuja privatização o Governo já iniciou com a privatização da Aquapor. A Águas de Portugal será, portanto, o embrulho atractivo de um pacote que o Governo quer entregar a privados. E dentro desse embrulho está toda a distribuição e abastecimento de água do país. E às autarquias que tentam resistir a esta estratégia, que faz o Governo? Simples: não viabiliza o financiamento para os respectivos projectos. Ou os municípios abdicam da competência de servir os cidadãos, ou o Governo boicota-lhes o investimento nas infra-estruturas necessárias, como tem sido o caso dos sistemas intermunicipais do Alentejo, boicotados pelo Governo.

Isto significa objectivamente que as autarquias são forçadas a integrar os sistemas multimunicipais concessionados à Águas de Portugal e cobrar aos munícipes a escalada de aumentos de tarifários exigidos para assegurar a engorda da AdP. Essa tarifa é imediatamente repercutida na factura do cidadão, das famílias, das empresas.

Como se tal não bastasse, o Governo faz aplicar, através do Regime Económico-Financeiro da Água, uma taxa de recursos hídricos que penaliza o cidadão, que aumenta a factura mensal com o consumo de água e que se afirma afinal como mais um imposto sobre o acesso à água.

A privatização da água empurrou países inteiros para a ruptura social, colocou populações em perigo e já se provou a pior das opções. Mas também se revelou bastante lucrativa. É grave que o Governo português oriente a sua política de recursos hídricos pelos interesses dos grandes grupos económicos que favorece e não pelos interesses das pessoas, não pelos interesses do país, da sua economia, da sua produção, da sua soberania.

Nenhuma das taxas e tarifas que hoje incidem sobre o preço da água na factura cobrada às populações está relacionada com a qualidade do serviço prestado. Pelo contrário, associada ao aumento dos preços está exactamente a privatização dos sistemas e, como tal, a degradação da qualidade. Também nesta matéria, como de resto em todas as outras, o Governo mostra bem de que lado está.

Basta ler o PEAASAR II para perceber que o objectivo de montar uma máquina de lucros se sobrepõe totalmente à qualidade do serviço e às necessidades do país.

Por isso mesmo, as facturas da água têm subido surpreendentemente; por isso mesmo, hoje os grupos económicos por todo o país se sentem na liberdade de vedar acessos a ribeiros, rios e praias; por isso mesmo, as autarquias são confrontadas com a imposição de uma política de autêntica extorsão, que o digam muitas das autarquias que aderiram aos sistemas da Águas de Portugal e que o digam principalmente os cidadãos desses municípios; por isso mesmo, as barragens são atribuídas a grupos económicos que detêm sobre elas todos os direitos, como se deles fossem os rios; por isso mesmo a gestão da água obedece ao critério de obtenção dos preços máximos e não a critérios políticos, sociais e ambientais.

Ao Sr. Primeiro-Ministro e seu falso arrependimento sobre o Estado mínimo lhe dizemos: inverta a política de destruição do sector público da água e da sua gestão democrática. Ponha fim à privatização da água e devolva a água às populações. Devolva-nos as praias, os rios e as albufeiras e permita às autarquias a gestão do abastecimento e distribuição.

O PCP continua firme na luta contra a privatização encapotada que o governo tenta fazer pela calada. E numa altura de crise económica, de ruptura do sistema financeiro e do próprio capitalismo, mais se exige que não se ande a fazer da água apenas mais uma mercadoria e mais um mercado. Antes que seja tarde, e que se cumpram os desígnios de destruição dos grupos que na água em vez de vida, apenas vêem lucro. Dizia José Saramago "privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E, finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estado, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo..." E já agora, dizemos nós após esta ironia, que bem sabemos ser essa a vontade do Governo e que, por isso mesmo, a denunciamos.

PS e PSD aprovam orçamento da JFE

05.02.09

Tal como seria de esperar foi aprovado o plano e orçamento da JFE com os votos do PS e do PSD.

A certeza que tal poderia vir a acontecer foi nos dada com a leitura do Jornal "A Voz de Ermesinde", de 15 de Janeiro. Nessa edição, o Partido Socialista, saia em defesa do PSD, atacando fortemente a posição da CDU.

Agora compreende-se a razão.

Para alterarem o seu sentido de voto, apenas foi necessário retirar os pontos referentes aos pequenos arranjos (piso) do mercado de Ermesinde e às actividades de ocupação de tempos livres das crianças nas férias da Páscoa. Por proposta do PS, foi também incluído um ponto em que é exigido da CMV um terreno para a construção do cemitério nº3, proposta que seria de louvar se já não estivesse incluída na primeira versão do plano/orçamento, para atender a esta solicitação do PS, apenas foi necessário refazer a redacção do ponto.

Desta o PSD já se livrou, agora vamos ver se conseguirá juntar os cacos, unir as suas tropas e trabalhar pelo menos para concretizar este medíocre plano de actividades/orçamento.